segunda-feira, agosto 01, 2005

Videodrome (1983) de David Cronenberg



Uma viagem psicadélica aos confins da loucura ou uma experiência-limite sobre a acção da televisão sobre a mente humana? Pode-se dizer que Videodrome é isso e muito mais. É também um filme de terror violento, uma história de amor e um drama, misturado com uma trama de mistério absolutamente envolvente. É um filme de David Cronenberg, e aqueles familiarizados com a sua obra saberão aquilo que esperar. James Woods encarna Max Renn, um produtor televisivo que se depara com o Videodrome, um programa que leva ao extremo a ideia de reality-TV que hoje temos.

De notar que este filme, de 1983, já tocava em assuntos tão interessantes e muito provavelmente mais actuais do que nunca. Cronenberg sempre foi um cineasta com uma visão muito negra do homem e da sua condição, parecendo por vezes como que a anunciar o apocalipse inevitável. Fica é desde já o aviso aos mais sensíveis de que se calhar é bom afastarem-se do filme. É que o realizador é tão ousado a filmar a loucura surrealista como o é a filmar a destruição da carne. E não está particularmente dedicado em esclarecer e estampar à frente do espectador os seus pontos de vista. É antes uma obra que incentiva ao máximo o espectador a pensar sobre eles e, inevitavelmente, discutí-los. E é acima de tudo um grande filme.

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