sexta-feira, setembro 02, 2005

Manhattan (1979) de Woody Allen



É difícil para mim comentar com justiça este filme de Woody Allen. É que Manhattan é, em minha opinião, uma obra perfeita, a melhor entre todas as do seu realizador e uma das melhores de sempre. São constantes os arrepios que sinto ao ver o filme, em particular na montagem inicial (um verdadeiro clássico dentro de um clássico) e a última cena, que me deixam completamente arrebatado a cada novo visionamento. É uma história sobre relações humanas, como qualquer história de Woody Allen, mas é acima de tudo uma carta de amor à sua cidade de sempre, Nova Iorque, tão comovente na sua honestidade.

Neste filme são retratadas várias vidas nova iorquinas, são parodiadas as excessivas tendências intelectuais, são analisadas as suas relações amorosas, as suas carências, as suas neuroses. Tudo num glorioso preto e branco (cortesia do grande director de fotografia Gordon Willis) e ritmado pelas composições gloriosas de George Gershwin e, claro, sempre condimentado pela discreta e perfeita realização de Allen, assim como o seu talento único para a escrita de diálogos e situações cómicas. E ainda que o humor em última instância acabe por ser um pouco triste, é sempre humor, e da autoria do maior génio no assunto. Uma obra-mais-do-que-prima.

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