sábado, abril 30, 2005

The Ring 2 (2005) de Hideo Nakata



Em consequência do remake americano de Ringu (The Ring), e do seu sucesso de bilheteira, Hideo Nakata deslocou-se até Hollywood para dirigir o remake do seu próprio filme Ringu 2. E a verdade é que o realizador japonês tem um jeito especial para lidar com clímax e sabe distinguir isso de sustos em si. Mas um filme não se rende apenas a uma realização adequada, há sim que ter em conta tudo o resto que nos é mostrado. E se por um lado, quanto mais o filme avança mais afundado fica, por outro temos a confirmação de talentos contemporâneos, como é o caso de Naomi Watts.

The Ring 2 não é um grande filme, muito menos um filme perfeito. É um filme com as suas falhas, mas no seu total acaba por não ser mísero nem uma medíocridade total. É sim para quem quer ver um bom entretenimento numa sala de cinema, enquanto devora um saco de pipocas e uma coca-cola. Apesar da sua não gradiosidade, The Ring 2 consegue cumprir o seu grande objectivo: fazer com que o espectador dê uns saltos na cadeira, e possa afirmar, de longe que este remake americano é um entretenimento bem razoável. A ter em conta o lado maternal de Naomi Watts numa personagem não complexa, apenas salva pelo carisma dessa grande actriz.

Classificação:

quinta-feira, abril 28, 2005

Espaço Leitor

O Espaço Leitor foi um espaço criado a pensar nos mais atentos leitores deste blog. O Espaço Leitor consiste em publicar semanalmente uma crítica de um leitor. Quem quiser participar, pode enviar as suas críticas para o e-mail sunshine-eternal@hotmail.com, seguindo o seguinte regulamento:

1. Não utilizar linguagem desadequada nem grosseira nas críticas em questão. Utilizar uma linguagem corrente.
2. A crítica em questão não pode conter mais que 200 palavras.
3. Participar apenas com uma crítica por semana, para dar margem à competição entre outros leitores.

As críticas que não possuírem os requisitos acima referidos serão automaticamente colocadas à parte.
A sexta-feira foi o dia escolhido para a publicação da crítica do leitor escolhido semanalmente.
O prazo para envio de crítica via e-mail é a quarta-feira de cada semana.

Resta-me desejar boa sorte a todos, ficamos à espera dos vossos comentários.

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A primeira crítica publicada será no dia 6 de Maio de 2005, podendo os nossos leitores enviarem as suas críticas até 4 de Maio, a quarta-feira antecendente.

quarta-feira, abril 27, 2005

Classificações 2005

Em seguimento do Paulo e do Miguel Galrinho, aqui ficam as minhas classificações dos filmes que vi neste ano de 2005, até ao momento.

After the Sunset, de Brett Ratner
Classificação:
The Aviator, de Martin Scorsese
Classificação:
Blade Trinity, de David S.Goyer
Classificação:
Closer, de Mike Nichols
Classificação:
Constantine, de Francis Lawrence
Classificação:
Garden State, de Zach Braff
Classificação:
Hitch, de Andy Tennant
Classificação:
I Heart Huckabees, de David O.Russell
Classificação:
The Interpreter, de Sydney Pollack
Classificação:
Ladder 49, de Jay Russell
Classificação:
The Life Aquatic, de Wes Anderson
Classificação:
Meet the Fockers, de Jay Roach
Classificação:
Million Dollar Baby, de Clint Eastwood
Classificação:
Ocean’s Twelve, de Steven Soderbergh
Classificação:
Shall we Dance?, de Peter Chelsom
Classificação:
Suspect Zero, de E.Elias Merhige
Classificação:

terça-feira, abril 26, 2005

Classificações 2005 (até ao momento...)

Para que os nossos visitantes nos ficassem a conhecer um pouco melhor, decidimos publicar as nossas classificações dos filmes estreados este ano nas salas portuguesas. Aqui fica a minha lista, aberta a vaias e assobios, caso seja caso disso ;-)

O Aviador
Birth - O Mistério
Mar Adentro
Maria Cheia de Graça
Melinda e Melinda
Million Dollar Baby
A Noiva Turca
OldBoy
Um Peixe Fora de Água
Perto Demais
Saw
Sideways
Team America

Hitch (2005) de Andy Tennant



O penúltimo projecto de Will Smith, I, Robot, foi no verão passado um sucesso de bilheteira em Portugal e nos EUA, alcançando topos de box-office e recordes de bilheteira. Nesse filme, Will Smith tinha conseguido uma interpretação acima do razoável, o que dava alguma credibilidade ao filme. Esta primavera, Will Smith regressou ao cinema com Hitch, uma comédia romântica com uma fórmula mais que gasta, que além de não trazer nadinha de novo, veio mesmo a tom de quem quer subir ao topo de uma box-office americana.

Para começar, as interpretações são péssimas, não dando em momento algum do filme a credibilidade que este algum dia poderia ter; uma realização preguiçosa, e uma banda sonora má contribuem para o falhanço total do filme. Ao menos a interpretação de Will Smith podia ter-se salientado, sido uma interpretação razoável, depois dele ter dado provas que o consegue fazer no seu anterior filme; mas nem Will Smith nem ninguém consegue salvar o filme. Um conjunto de gags de humor seco mal interpretados e captados.

Classificação:

segunda-feira, abril 25, 2005

INDIANA JONES - A trilogia em DVD



Raras serão as pessoas a quem o nome de Indiana Jones passa completamente ao lado. De facto, o arqueólogo mais aventureiro da história do cinema está imortalizado graças a uma trilogia com a assinatura de um dos melhores realizadores. Pelo menos, sem dúvida, o mais popular. E se Spielberg é popular, tal deve-se à sua especial vocação para misturar a sua marca de autor em filmes bem apetecíveis ao grande público. Sobre ele, por exemplo, Scorsese disse invejar a forma como o realizador mantém a sua visão e os resultados de bilheteira elevados a cada filme que faz.

Ao longo de três filmes, realizados entre 1981 e 1989 (por ordem, Raiders Of The Lost Ark, Indiana Jones and The Temple Of Doom e Indiana Jones and the Last Crusade), seguimos um sem número de sequência de acção memoráveis, sendo que o maior defeito que se pode colocar aos filmes é termos pouco tempo para respirar entre uma sequência e outra. E, claro, essa não é razão que se apresente para não gostar de um filme como estes. Além de que é simplesmente delicioso ver Spielberg a homenagear todo o tipo de cinema, uma prova entre muitas outras de que o homem nasceu para a 7ª Arte, ao contrário do que algumas pessoas gostam de afirmar. Desde os filmes de série B, a Hitchcock, passando pelo Western e mesmo o musical, sem no entanto perder o rumo da sua personagem central, que joga sempre de acordo com as suas prórpias regras (ao contrário do que normalmente sucede no cinema clássico, aqui o herói não tem problemas em mandar areia para a cara dos vilões ou disparar um tiro a quem o ameaça com uma espada).

Em termos mais pessoais, devo dizer que me inclino mais para o Temple Of Doom e menos para The Last Crusade, mas no geral não é justo pensar nestes filmes separadamente. Pode sempre afirmar-se que o último filme da saga perde um pouco naquilo que os anteriores tinham de melhor, que era o tom quase gore que sempre o acompanhava, mas ganha ao introduzir o elemento paternal, talvez o tema mais recorrente na obra do realizador. Seja como for, estamos perante uma obra que permanece ainda como das melhores dentro do cinema de acção/aventura, que podemos hoje recordar, numa excelente edição em DVD carregada de extras. Life is good...

Classificação:

domingo, abril 24, 2005

The Interpreter (2005) de Sydney Pollack



As expectativas para The Interpreter eram relativamente elevadas, não só pelo seu trailer de cortar a respiração como pelo duo de actores que contracenavam, actores esses, dos melhores actores do cinema contemporâneo, e ainda Sydney Pollack. Não é a primeira vez que Sydney Pollack dirige um thriller político, e ele sabe muito bem como o fazer. Se por um lado The Interpreter superou as expectativas, por outro ficou ligeiramente aquém do seu potencial. A pouca mas visível disconexão entre o lado político e o lado humano do filme é um ponto fraco do filme, talvez seja o único.

Tanto Sean Penn como Nicole Kidman registam interpretações asssombrosas. A fotografia e a banda sonora entram numa simbiose singular e o filme acaba por se tornar numa obra de grandes prodígios. Talvez o thriller político de 2005, apesar da sua desconexão evidente por vezes. No entanto, a política é abordada de forma competente e fora de pretensões, tal como todo o filme, pois se assim o fosse, teria estreado numa altura mais apropriada aos Oscáres. Pondero a hipótese de uma subida de classificação aquando do revisionamento.

Classificação:

Martin Scorsese - Colecção em DVD



Num ano em que o nome de Martin Scorsese voltou a estar na boca de cinéfilos de todo o mundo aquando da estreaia de O Aviador, chega-nos este pequeno mas essencial pack com 4 DVDs, onde poderemos recordar algumas pérolas da sua filmografia passada (de referir, contudo, que a edição portuguesa desta colecção não inclui o excelente Mean Streets, ao contrário do que sucede com a edição americana). Entre tais obras encontramos o até agora difícil de arranjar Who's That Knocking at My Door, a sua primeira longa-metragem; Alice Doesn't Live Here Anymore, After Hours e uma nova edição em dois DVD daquele que por muitos é considerado o seu melhor filme, GoodFellas.

Who's That Knocking at My Door, 1967
Uma obra de cariz muito experimental, que serviu sobretudo para Scorsese se lançar às feras e tentar assim iniciar-se no mundo do cinema. Muito inspirado pela nouvelle vague francesa e da quebra do estilo tradicional dos filmes, o realizador monta as bases pelas quais o seu cinema viria a ser reconhecido anos mais tarde. Com um orçamento irrisório, mas uma vitalidade impressionante onde já se sente aquela respiração das ruas sujas de Nova Iorque, aqui o que acaba por importar menos é a história contada - sobre um rapaz marcado pelos costumes católicos que inicia uma relação com uma rapariga - mas mais a forma como esta é contada. De referir ainda o desempenho de Harvey Keitel, na sua primeira de muitas colaborações com o realizador.
Quanto a extras, podemos contar com um pequeno documentário que mais não é do que uma entrevista ao colaborador habitual de Scorsese, Mardik Martin, e ainda comentário áudio de ambos a algumas cenas do filme, onde entre outras coisas descobrimos que o realizador está longe de estar satisfeito com aquele que veio a ser o seu primeiro filme.

Classificação:

Alice Doesn't Live Here Anymore, 1974
O primeiro trabalho do realizador feito com condições mais desafogadas, e com estrelas a condizer, pode à primeira vista parecer um filme um pouco afastado da tradição de Scorsese, mas que no fundo é um filme muito seu. Com a diferença de que desta vez a personagem central é uma mulher, interpretada pela grande Ellen Burstyn, não menos forte do que as suas habituais personagens masculinas. O DVD inclui comentário áudio de Scorsese e os dois protagonistas principais, Burstyn e Kris Kristofferson, o trailer de cinema e um making-off.

Classificação:

After Hours, de 1985
Uma bizarria deliciosa por parte de um autor de volta ao cinema mais marginal, após um período difícil na sua carreira, com o cancelamento de A Última Tentação de Cristo. O tom é de comédia muito negra, mais parecendo um cruzamento entre David Lynch e os Monty Python. Uma obra imperdível, que aqui surge também acompanhada de um comentário áudio, making-off, trailer e cenas eliminadas.

Classificação:

GoodFellas, 1990
Uma obra dura, poderosa e arrebatadora sobre o mundo do crime organizado, onde a marca de Scorsese está espalhada por toda a sua duração. É o estilo mais apurado do que nunca, ao serviço de uma história fascinante sobre um homem que cresceu idolatrando os mafiosos do seu bairro, tornando-se num deles anos mais tarde. Um filme injustamente esquecido na edição dos Óscares de 1990, de onde só Joe Pesci saiu vencedor do prémio de Melhor Actor Secundário pela sua magnífica composição do irascível Tommy. O DVD é duplo e com extras bastante apelativos, entre os quais dois comentários áudio - um com o realizador, actores e equipa técnica e o outro com Henry Hill, o homem que serviu de inspiração à história contada no filme e do agente do FBI que o capturou e que tem um cameo no filme interpretando-se a si próprio -, três documentários actuais sobre o filme e ainda o trailer original de cinema.

Classificação:

Em resumo, uma caixa de DVDs a não perder por todos aqueles que admiram a obra de um dos melhores realizadores de cinema de todos os tempos.