domingo, julho 31, 2005

Un Long Dimanche de Fiançailles (2004) de Jean-Pierre Jeunet



Foi com alguma hesitação que me decidi a ver Un Long Dimanche de Fiançailles. É que se por um lado vinha do realizador e actriz principal de Amélie, o meu filme francês preferido, por outro a crítica portuguesa tinha-se encarregado de o abater. A grande falha, e mais evidente, apontada pela crítica era a falta de coerência no argumento e o excesso de personagens. Confirma-se o excesso de personagens, confirmando a mediana adaptação do livro para a narrativa do filme, mas o que continuo sem perceber é a acusação unânime da falta de coerência do argumento.
Um Jeunet em grande forma numa realização fascinante e uma fotografia contrastante entre a pacata povoação de de Mathilde (Tautou) e o cenário devastador da guerra, fazem de Un Long Dimanche de Fiançailles, um dos grandes êxitos visuais do ano. Nota-se a estilização do anterior filme de Jeunet para este, o que pode ser visto como ponto positivo, ou não. Eu cá gostei bastante. E Audrey Tautou será, para mim, eternamente Amélie Poulain.

Classificação:

terça-feira, julho 26, 2005

Garden State (2004) de Zach Braff



Garden State é um dos melhores filmes do ano e uma excelente obra de estreia para o actor/argumentista/realizador Zach Braff, o "miúdo" da série Médicos e Estagiários que passou (ou passa) na Sic Radical. Trata-se da história de um actor ainda pouco conhecido (o próprio Braff) que tem de regressar à sua terra natal aquando a morte da sua mãe e aí confrontar o seu pai, com quem tem uma relação algo amarga, reencontrar velhos amigos e conhecer uma jovem (Natalie Portman) com quem inicia uma relação muito próxima. Acima de tudo, é uma viagem interior onde o protagonista embarca, confrontando-se directamente, pela primeira vez na sua vida, com os problemas que o afectam, e tentar mudar-lhe o rumo.

Com excelentes interpretações, uma realização segura e imaginativa, um argumento doce, inteligente e bem humorado e uma banda sonora soberba, esta comédia romântica que por vezes parece ir buscar inspiração a Wes Anderson ou a Alexander Payne, é um dos mais inspirados e sinceros filmes que vi este ano, e Braff é um realizador no qual eu irei estar de olho nos próximos tempos.

Classificação:

terça-feira, julho 12, 2005

Estando de férias, só agora me foi possível responder ao desafio do Pedro Romão, e portanto aqui fica o registo daqueles que são, em minha opinião, os dez melhores filmes do ano até ao momento.

1 Closer, de Mike Nichols
2 Sideways, de Alexander Payne
3 Old Boy, de Chan-wook Park
4 Million Dollar Baby, de Clint Eastwood
5 Saraband, de Ingmar Bergman
6 Gegen die Wand, de Fatih Akin
7 Batman Begins, de Christopher Nolan
8 Birth, de Jonathan Glazer
9 War Of The Worlds, de Steven Spielberg
10 The Aviator, de Martin Scorsese

domingo, julho 10, 2005

Primeiro Balanço - 2005

Já devem saber do que se trata... do desafio proposto pelos meus colegas de blog. Aqui fica um TOP10 provisório desta primeira metade de 2005, mesmo que ainda não tenha visto todos os filmes que queria.

#01. Million Dollar Baby, de Clint Eastwood
#02. Closer, de Mike Nichols
#03. Garden State, de Zach Braff
#04. I Heart Huckabees, de David O. Russell
#05. The Life Aquatic with Steve Zissou, de Wes Anderson
#06. Batman Begins, de Christopher Nolan
#07. Sin City, de Robert Rodriguez e Frank Miller
#08. The Interpreter, de Sydney Pollack
#09. The Aviator, de Martin Scorsese
#10. Ocean's 12, de Steven Soderbergh

sexta-feira, julho 08, 2005

Um Primeiro Balanço

Uma vez que nos encontramos no meio deste ano cinematográfico, penso que é pertinente e acima de tudo interessante fazer um pequeno balanço acerca dos filmes estreados por cá. Assim, resolvi fazer o meu top 10 dos filmes que estrearam em 2005.

1 - Million Dollar Baby
2 - Crash
3 - Sideways
4 - Head On - A Esposa Turca
5 - A Guerra dos Mundos
6 - Oldboy
7 - Aviador
8 - Star Wars - Episódio III
9 - Sin City
10 - Batman Begins

Apesar de ser esta a minha escolha, quase de certeza que no final do ano o meu Top 10 surgirá transfigurado, em virtude dos filmes que ainda vão estrear por cá. Desta forma, e por achar que se trata de uma iniciativa curiosa, lanço o mesmo desafio aos meus colegas do Eternal Sunshine.

quinta-feira, julho 07, 2005

Crimen Ferpecto (2005) de Álex de la Iglesia



Crimen Ferpecto é, na sua essência, uma crítica ao consumismo exarcebado e a uma sociedade globalizada que, face aos actuais padrões de beleza, relega para segundo plano todos aqueles que são fisicamente mais desfavorecidos. No entanto, se a sinopse do filme parece interessante, a premissa da qual o filme parte não é bem desenvolvida, o que se traduz num filme previsível e pouco atractivo.

Apesar dos protagonistas (Guillermo Toledo e Mónica Cervera) se apresentarem a um nível muito bom, a verdade é que o filme em nenhum momento convence, onde o final paupérrimo e até mesmo ridículo é a súmula perfeita do filme. No entanto, e por mais contraditório que possa parecer, Crimen Ferpecto consegue ter alguns bons momentos. De facto, existem cenas onde o humor é razoavelmente bem conseguido, muito à custa do talento dos actores. Outro dos aspectos interessantes do filme relaciona-se com as diversas referências que são feitas a outros filmes policiais. Aliás, o próprio título, Crimen Ferpecto, é uma alusão (e porque não uma sátira?) ao filme de Hitchcock, Dial M for Murder, cuja tradução espanhola é Crimen Perfecto.

Enfim, não é dos melhores filmes em cartaz, aliás, estando o novo filme de Spielberg em cena quem irá ver esta comédia espanhola? Poucos, diria eu...

Classificação: