segunda-feira, abril 24, 2006

Um ano depois...

Faz hoje um ano, dava os primeiros passos uma iniciativa moderadamente aplaudida pela blogosfera. Tratava-se de um blog colectivo, com críticas esporádicas e objectivas, onde a dissecação dava lugar à concisão, e a subjectividade à objectividade. Os resultados foram bastante animadores de início, no entanto a longo prazo o entusiasmo foi-se desvanecendo, e acabou por ver um fim inevitável meses depois. Como dizia, se tivesse continuado para a frente, fazia hoje um ano, e em vez de palavras a recordá-lo reinariam palavras de satisfação e orgulho. Temos pena que assim não tenha sido. Contudo, sentimo-nos orgulhosos do tempo que durou, e já por isso nos podemos orgulhar do Eternal Sunshine como algo bem sucedido. Morto e enterrado desde Janeiro, ficou prometido um regresso. Quem sabe, um dia...

Miguel Baptista, Pedro Romão

domingo, janeiro 08, 2006

The Last Post

Depois de publicar a selecção do Eternal Sunshine, chegou a altura de nos despedirmos, é verdade. Foram muitas as razões que levaram ao fim deste blog, mas não vos quero estar a maçar com isso neste último post. De facto, queremos apenas a agradecer a todos os visitantes e amigos que durante cerca de dez meses nos acompanharam nesta aventura que hoje termina. No entanto, fica ainda a esperança, não promessa, de voltarmos um dia, quem sabe num novo projecto, quem sabe já dentro de pouco tempo.
Tal como dissemos no primeiro post o nosso objectivo era "louvar a sétima arte através da nossa paixão amadora por cinema". Esperamos assim que de alguma forma tenhamos enaltecido essa arte que todos consideramos como parte integrante das nossas vidas.


Os membros:
Miguel Baptista, Miguel Galrinho, Paulo Costa, Pedro Romão e Renato Gomes

sábado, janeiro 07, 2006

Cinema em Casa

Depois de uma semana em que não me foi possível fazer a seccção "Cinema em Casa", volto agora com novos destaques. Assim, serão destacados cinco filmes que, aparentemente, em nada se relacionam.

Os destaques são:

Cape Fear (1991) de Martin Scorcese



Um prisoneiro é solto e tem apenas uma coisa em mente: vingar-se do seu advogado.
Considerado por muitos um filme menor de Scorcese, eu não só não concordo como acho que o filme está realmente muito bom. Com desempenhos fortíssimos e um suspense muito bem conseguido, este é um filme a ver.


Sábado, AXN, 23:30

Twelve Monkeys (1995) de Terry Gilliam



Um recluso é enviado atrás no tempo para travar um praga destruidora que ameaça acabar com o mundo actual. No entanto, algo corre mal e ele é enviado para um tempo muito atrás do que era suposto e é internado num hospício, sendo dado como louco.
Confesso que não vi o filme, mas é apontados por muitos como o melhor de Gilliam. Para além disso, temos um Brad Pitt nomeado para o Óscar com este filme, que é um pormenor que, confesso, aumenta a minha curiosidade.

Sábado,00:40, AXN

Clean (2004) de Olivier Assayas



O passado de Emily Wang condena-a: ex-viciada em drogas e suspeita de matar o namorado, o que a fez cumprir uma pena de seis meses de prisão. Mas agora tudo o que ela quer é realizar o sonho de ser cantora e ter uma vida decente para cuidar da filha.
Nomeado para Cannes, o filme conseguiu arrebatar o prémio de melhor actriz para Maggie Cheung, o que é sempre uma boa referência para um filme.

Domingo, 21:00, Lusomundo Gallery

Before Night Falls (2000) de Julian Schnabel



Este filme é baseado na vida de Reinaldo Arenas, romancista e poeta cubano. É sobretudo o relato da sua infância pobre, da perseguição que sofreu pela sua condição de escritor homossexual; é o relato da sua prisão e da censura exercida sobre os seus livros- enfim todas as dificuldades que enfrentou na Cuba de Fidel Castro.
Este filme é extraordinário. Com um arrebatador Javier Bardem, papel pelo qual foi nomeado ao Óscar, este é um filme que todos sem excepção devem ver. E ainda podem ver Johnny Depp e Sean Penn em dois pequenos, mas fabulosos, papéis.

Domingo, 01:00, Sic

The Terminal (2004) de Steven Spielberg



Um visitante do Leste, Viktor Navorski, torna-se residente no terminal do aeroporto JFK, em Nova Iorque. A guerra civil irrompe no seu país de origem e, com o vazio do governo, o seu passaporte deixa de ser válido, não podendo por isso ter o visto para entrar nos EUA. Passa então a improvisar os seus dias e noites no terminal internacional, aguardando o fim do conflito na sua terra natal.
Mais um filme que foi apontado como menor na obra de outro grande realizador, Spielberg. Confesso que não achei uma obra-prima, mas tem o génio inconfundível de Spielberg e um desempenho excelente, mais um, de Tom Hanks.

2ªFeira, 22:00, Lusomundo Premium

[Sinopses: 7arte.net]

quinta-feira, dezembro 29, 2005

Nas salas esta semana

DESTAQUE DA SEMANA
Odete
De JOÃO PEDRO RODRIGUES, Com ANA CRISTINA DE OLIVEIRA, JOÃO CARREIRA, CARLOTO COTTA, NUNO GIL e TERESA MADRUGA

Vindo do aclamado realizador de O Fantasma e do mesmo argumentista, e após receber uma menção honrosa em Cannes, este filme português não poderia deixar de ser o destaque da semana. Ainda para mais quando temos como tagline "O que é que se faz à vida depois de alguém morrer?". Já este ano tivémos Alice de Marco Martins, um filme belíssimo, vindo de um cineasta português. Será que esta mudança é para ficar?

Outras Estreias:
The Descent
O novo filme de Neil Marshall, o realizador de Dog Soldiers, promete ser um excelente exercício de suspense. O filme parte da premissa de que um grupo de jovens exploradoras geológicas acaba fechado numa gruta, devido a uma expedição que correu mal.

Revolver
Esta nova obra de Guy Ritchie promete seguir o estilo das anteriores obras do realizador, não sendo por isso desinteressante, e até pode aqui estar presente uma boa dose de entretenimento.

The Man
Não promete mais do que ser uma comédia agradável, e quem o for ver não deverá esperar mais do que isso. Não me parece que seja algo inovador, mas também não deve ofender.

Waiting...
Este filme tanto pode ser uma grande surpresa como uma grande decepção. A mim parece-me que até pode funcionar como um entretenimento eficaz, mas não me pronunciarei mais sem o ter visto.

Joyeux Noel
Um filme passado na guerra pela época natalícia parece ser uma boa premissa. Veremos é se será desenvolvida com qualidade. Se assim for poderemos estar perante uma pérola de filme. Ou então não.

My Date with Drew
Um documentário que parte de uma premissa curiosa: são dados trinta dias e 1100 dólares a um rapaz comum se conseguir ter um encontro com a estrela Drew Barrymore.

Darwin's Nightmare
Também um documentário, que alerta para os efeitos da pesca no lago da Tanzania no Nilo.

Vaniglia e cioccolato
Não faço a miníma ideia do que trata este filme, apenas que é uma comédia romântica. Vão, à vossa sorte.

sexta-feira, dezembro 23, 2005

Nas salas esta semana

DESTAQUE DA SEMANA
The Corpse Bride

De TIM BURTON e MIKE JOHNSON, Com (Vozes) JOHNNY DEPP, HELENA BONHAM CARTER, EMILY WATSON, TRACEY ULLMAN, ALBERTI FINNEY, MICHAEL GOUGH e CHRISTOPHER LEE

Não há muito a dizer. Tim Burton regressa à animação de volumes, 12 anos após The Nightmare Before Christmas. Espera-se nada menos do que o melhor filme de animação do ano, mundos maravilhosos, música magnífica de Danny Elfman... enfim, espera-se magia.

Outras Estreias:
The Family Stone

Um belo elenco, de que se diz poder vir a ter alguns nomes entre os nomeados para a próxima edição dos Oscars. As opiniões críticas são diversas, mas é sempre um prazer rever Diane Keaton no grande ecrã.

Santa's Slay
Tem todo o ar de produção série B, com Pais Natal demoníacos. E acho que nenhum de nós resiste a um tema tão forte como este... Bem, vamos ver o que raio vai sair daqui


Bom Natal a todos os visitantes do Eternal Sunshine

Cinema em Casa

Como todos sabemos o Natal é para as crianças. Desta forma e como todos temos uma criança dentro de nós , os destaques desta semana são apenas filmes de animação. Claro que haveriam outros destaques a fazer, mas é Natal e este não pode passar sem um bom filme deste género. Não, não é o Speedy Gonzales nem a Pequena Sereia, são de animação mas são recentes e marcantes dentro do seu estilo. Espero que gostem e que se divertam.


Os filmes são:

Spirited Away (2001) de Hayao Miyazaki



Um túnel misterioso e uma cidade fantasma conduzem a jovem Chihiro e a sua família à terra dos espíritos, povoado por deuses e monstros, e governada pela gananciosa Yu-Baba. Depois de comerem uma refeição proibida, os pais de Chihiro são castigados e transformados em porcos. Para os tentar salvar ela terá que renunciar o seu nome e prestar serviço no mundo dos espíritos.
Um dos filmes mais amados e consensuais de animação que ganhou com justiça (dizem, porque ainda não o vi) o respectivo Óscar. De Miyazaki, que este ano já nos trouxe o Howl's Moving Castle este é sem dúvida o filme que espero que me surpreenda.

Sábado, 15:00, 2:

Chicken Run (2000) de Nick Park e Peter Lord



Na quinta de criação de galinhas do casal Tweedy, situada algures em Inglaterra, a corajosa e persistente galinha Ginger procura conduzir as restantes companheiras de cativeiro a uma fuga organizada. Todavia, as tentativas de evasão resultam sempre em fracasso… até surgir na quinta um galo americano e bem-falante chamado Rocky.
Um filme dos mesmos criadores de Wallace and Gromit... é preciso dizer mais alguma coisa?

Sábado, 00:30, Sic

Ice Age (2002) de Chris Wedge



A história gira em torno de três inesquecíveis personagens: um mamute peludo e rezingão, uma irreverente e intratável preguiça, e um manhoso tigre dentes-de-sabre. A este grupo de incompatíveis figuras, junta-se um inesperado 'passageiro', um bébé humano, na maior jornada de todos os tempos.
Um filme mais amado pelos público do que pela crítica, mas que foi um tremendo sucesso. Resultado? Ice Age 2 no próximo Verão.

Domingo, 14:OO, TVI

Les Triplettes de Belleville (2003) de Sylvain Chomet



Esta é a história do pequeno e melancólico Champion, que é educado pela avó, Madame Souza, para vir a ser um grande ciclista. Mas um dia, anos mais tarde, Champion, que está a participar no celebérrimo Tour de France, é raptado por dois misteriosos homens vestidos de negro. A avó e o fiel cão Bruno partem então à sua procura, numa viagem que os leva até o outro lado do oceano, até Belleville, onde encontram as “triplettes”, excêntricas estrelas do music-hall dos anos 30 que decidem ajudar Madame Souza e o cão.
Um filme de animação diferente, que foi indicado ao Oscar de Melhor Filme de Animação e Melhor Música e que recebeu rasgados elogios da crítica mundial. Obrigatório.

Domingo, 19H30, 2:

P.s - Bons filmes e um Excelente Natal

[Sinopses: 7arte.net]

domingo, dezembro 18, 2005

Satyricon (1969) de Federico Fellini



Coisa bem estranha, este Satyricon de Federico Fellini. Por um lado, temos um espectáculo visualmente deslumbrante, com uma direcção de fotografia, artística, guarda-roupa impecáveis, um grandioso sentido de encenação e a irreverência e vitalidade habituais da câmara do realizador italiano. Por outro temos um desfile de excessos que, ao contrário do que acontecia em outras obras de Fellini é... bem... excessivo. São pedófilos, homossexuais, sádicos, assassinos... é a impotência, terramotos, o Minotauro e um semi-deus Hermafrodita.

Tudo isto bebe a sua inspiração no clássico de Petrónio e, aparentemente, pouco ou nenhum sentido faz ao espectador comum. Nem a qualquer outro tipo, já que estamos a falar nisso. Assim, pouco mais nos resta do que nos deliciarmos com as qualidades geniais do cinema de Fellini, enquanto artista visual e também, sejamos juntos, delirar um pouco com o seu mundo à parte, onde convivem todo o tipo de personagens, cada uma mais extravagante, estranha ou demente do que a anterior. E sim, o filme tem momentos em que se atinge o cume da sátira e do humor negro, bastante certeiro, idiota por vezes, no melhor dos sentidos. Mas por outras consegue até cansar um pouco, principalmente porque quem assiste nem sempre tem a certeza do que raio se está a passar no ecrã. Ainda assim, os momentos bons são mesmo muito bons. Os outros, bem, são necessários enquanto se espera por nova prova de génio.

sábado, dezembro 17, 2005

Blow-Up (1966) de Michelangelo Antonioni



Melhor do que ter a oportunidade de ver esta obra-prima de 1966, realizada pelo excelente Michelangelo Antonioni só mesmo fazê-lo numa sala de cinema. Mesmo com uma cópia já visivelmente danificada e precárias condições acústicas, o filme não deixa por um segundo de ser completamente absorvente. E é-o pela simples razão de que deixa o espectador em suspenso do início ao fim e... mesmo depois disso. Trata-se de um filme que pela sua plena ambiguidade permite-nos absorvê-lo de tantas formas diferentes.

A história: um fotógrafo aparentemente cheio da vida que leva, da superficialidade das belas modelos que diariamente fotografa, envolve-se num misterioso caso quando, por acaso, se lembra de fotografar um casal de apaixonados num jardim. Não será por acaso que este protagonista é um fotógrafo, como também não será por acaso que toda a obra está polvilhada de pequenos pormenores que nos permitem fazer o nosso próprio filme. Para mim, atingiu-me como um filme sobre o vazio, sobre a parte oca da vida que, curiosamente ou talvez não, foi realizado numa época onde supostamente a liberdade era a palavra de ordem. Trata-se, em todo o caso, de um filme a descobrir e, mais importante ainda, a construir. Uma coisa é certa: é fabuloso e insiste em não nos abandonar depois do seu visionamento.

Cinema em casa

Esta é a ultima semana antes do Natal, e se esperavam grandes destaques televisivos desenganem-se pois tal não vai acontecer. De facto, esperava outros filmes nesta semana mas, atenção, os filmes escolhidos têm também bastante interessante.

Senão, vejamos:

The Dancer Upstairs (2002) de John Malkovich



Enquanto uma nação latino-america quase entra em conflito devido a um movimento terrorista altamente organizado, Agustin Rejas, um polícia idealista, enfrenta o maior desafio da sua carreira: prender o misterioso chefe guerrilheiro Ezequiel.
De certo, que muitas pessoas ainda não virem este filme, como eu, ou nem sequer o conhecem. No entanto, penso que um filme realizado por Malkovich e que conta com desempenhos de Javier Bardem e.... Alexandre Lencastre (!) é uma boa sugestão para um final de noite.

Sábado, 00:00 RTP1

The Motorcycle Diaries (2004) de Walter Salles



Na década de 40, Ernesto Guevara de la Serna, o futuro “Che”, e o seu grande amigo Albert Granado, partem de Buenos Aires para um périplo de meses por toda a América do Sul, viagem essa que os leva a observar factos que nunca lhes tinham chamado a atenção e, como consequência, a ver a vida sob um prisma diferente...
Sem rodeios, este é um filme obrigatório. Com desempenhos fantásticos de Gael Garcia Bernal e Rodrigo de La Serna, um argumento prodigioso, uma realização irreprensível e uma fotografia excelente, The Motorcycle Diares foi um dos melhores filmes de 2004.

Sábado, 19:25, Lusomundo Premium

Harry Potter and the Prisoner of Azkaban (2004) de Alfonso Cuarón



Harry passou mais um difícil verão na companhia dos seus horríveis parentes. Ele bem tentou comportar-se e não praticar magia, mas quando uma tia os vem visitar , ele ‘acidentalmente‘ transforma-a num monstruoso balão.Receoso da punição dos tios e das repercussões em Hogwarts e no Ministério da Magia, Harry foge para um pub onde se depara com um perigoso e enigmático feiticeiro.
Um dos filmes mais apreciados da saga Harry Potter, e um dos filmes mais vistos e amados do ano passado: duas razões para o verem.

2ª Feira, 22:00, Lusomundo Premium

The Lord of the Rings: The Two Towers (2002) de Peter Jackson



Frodo Baggins e o seu inseparável amigo Sam continuam a caminhada para Mordor onde deverão destruir o Anel afastando-o definitivamente das garras de Sauron, o senhor do mal. Enquanto isso, Aragorn, Legolas e Gimli procuram os hobbits Pippin e Merry. Mas se a Frodo e a Sam se depara Gollum, criatura que tentará apoderar-se do Anel, Aragorn e companheiros juntar-se-ão às tropas de Rohen numa sangrenta batalha travada no Abismo de Helm e que visa defender o mundo dos homens do ataque em massa dos exércitos de orcs e huruk-hai, monstros às ordens do maléfico Sauron.
Este filme é, na minha opinião, o menor da saga. No entanto, isso não quer dizer que seja mau, longe disso, sendo um filme que se recomenda.

4ª Feira, 00:15, SIC

Rear Window (1954) de Alfred Hitchcock



Um fotógrafo é obrigado a ficar em casa por causa de uma perna partida e acaba por passar os dias a observar os vizinhos. Depois de ver estranhas movimentações na casa do seu vizinho da frente, está convencido que este matou a mulher.
Para recomendar este filme? Uma das obras-primas de Hitchcock e uma das obras incontornáveis da historia do cinema.

6ª feira, 23:30, Hollywood
[Sinopses: 7arte.net]

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Nas salas esta semana

DESTAQUE DA SEMANA
King Kong

De PETER JACKSON, Com NAOMI WATTS, ADRIEN BRODY, JACK BLACK e ANDY SERKIS

Não haveria hipótese de escolher qualquer outro para a estreia da semana. Até porque mais do que estreia da semana, estaremos talvez até a falar na estreia do ano, tal tem sido a campanha publicitária para este regresso de Peter Jackson. O remake do clássico dos anos 30 tem tudo para vencer nas bilheteiras e é, sem hesitações, um excelente filme (podem ler o meu comentário no post anterior).

Outras Estreias:
The Great Raid

Do realizador de Rounders chega-nos aquilo que parece um interessante filme, situado em plena Segunda Guerra Mundial. Ao que parece, temos mais uma história sobre um grupo de soldados numa missão de resgate de prisioneiros de guerra. Talvez não seja uma má escolha assistir a este filme...

Shopgirl
É Steve Martin de regresso. Isso por si só já deveria ser mais do que suficiente para deixar os cinéfilos a salivar. O excelente comediante regressa num filme com argumento da sua autoria... baseado num livro também seu. E faz-se acompanhar de um elenco de respeito. Ou muito me engano ou temos filme bem interessante.

Le Roman de Renart
É cinema de animação, vem da França, é a cores e sinceramente não me parece que valha grande coisa. Em todo o caso, convém ver antes de o comentar, e como ainda não vi, reservo comentários para os leitores que o pretendam fazer...

King Kong (2005), de Peter Jackson



Peter Jackson parece ter renunciado de vez ao estatuto que o tornou num nome de culto do cinema de série B para se entregar a um outro, bem mais confortável, de realizador de culto das grandes produções, quando se dedicou a levar ao acrã a trilogia de Tolkien, O Senhor dos Anéis. E por lá parece decidido a ficar, agora que nos traz este remake milionário do mítico King Kong.

Pessoalmente, estou longe de ser o maior fã da saga dos Anéis, embora reconheça perfeitamente o mérito do realizador e a crença na sua visão, e não me custe mínimamente a compreender o entusiasmo em torno desses filmes. Com Kong, a história é outra: o filme não só tem tudo para ser dos grandes êxitos do ano como é mesmo um muito bom filme de aventuras e... um pouco mais do que isso. Penso que todos já conhecem a história, mas aqueles que viram o clássico dos anos 30 obviamente irão encontrar entre ambas as abordagens, as devidas diferenças. Jackson dispõe actualmente do melhor que Hollywood tem para oferecer em termos de valores de produção, e aproveita-os ao máximo, colocando o espectador diante de um mundo completamente à parte.

Como defeito, se é que assim se lhe pode chamar, temos um Jackson com a tendência habitual de espremer ao máximo as cenas de acção, tornando-as quase sempre demasiado longas, o que lhes retira algum do interesse inicial. Ainda assim, podia ser bem pior, e para compensar isso temos um excelente desenvolvimento das personagens, momentos realmente comoventes e mais uma prova de que não há limites para o uso de efeitos digitais no cinema moderno. Peter Jackson pode não ser o maior realizador do mundo (não o é, nem de perto nem de longe), mas é certamente uma mais valia muito importante no mundo do cinema, um visionário e um apaixonado. E o cinema só tem a agradecer-lhe.